sábado, 27 de abril de 2013

Kroton + Anhanguera: avançamos?

As empresas Kroton e Anhanguera estão sendo fundidas. Darão origem ao maior grupo educacional do planeta! “Duas vezes o tamanho da vice do setor...” segundo a Folha de São Paulo, caderno Mercado, 23/4/2013, p. B1. A decisão das empresas ainda depende da aprovação (provavelmente apenas burocrática...) do CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica.

Mais uma fusão na área educacional, agregando aproximadamente 1.300.000 alunos! Em torno de 930.000 nos cursos superiores, 300.000 em escolas de educação básica e 70.000 nos cursos livres à distância. Distribuídos em 80 cidades brasileiras.

Segundo penso, uma imensa temeridade para a educação básica no Brasil. (Vou me ater a esse nível de ensino por ser essa a área de minha especialidade.)

Por que defendo essa posição? Porque considero extremamente difícil (ou até impossível) atender esse enorme contingente de alunos com um projeto pedagógico que leve em conta as características e demandas próprias de cada comunidade escolar. A alternativa que tem sido usada mais constantemente pelos assim chamados “sistemas de ensino” é a produção e uso de material didático uniforme para todas as unidades escolares a eles subordinadas.

É muito mais um movimento econômico-financeiro (as ações das duas empresas fecharam em alta no mesmo dia!) do que uma contribuição efetiva para a educação básica.

Sou adepto do conceito de escola unitária, com as características que descrevi no texto publicado neste meu blog em 06/09/2011: uma instituição educacional cujo projeto pedagógico resulta da intersecção entre os fundamentos educacionais propostos por seus instituidores e educadores e as demandas e necessidades da comunidade social na qual está inserida.

Uma escola local que não perde de vista o cenário global. Comprometida com um projeto pedagógico multicultural de inclusão e, por decorrência, em tempo integral.

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