sábado, 22 de dezembro de 2012

Uma parada para descanso...

A todos os amigos e colegas que me acompanham neste blog desejo muitas felicidades neste final de ano e grande sucesso no próximo ano. Paz, acima de tudo!
Vou fazer uma pequena parada para descanso e voltarei a partir de fevereiro.
Um grande abraço a todos.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

TITE: será ele um gestor?

No caderno de esportes da Folha de São Paulo de ontem (17/12), dia seguinte à conquista do bicampeonato mundial pelo Corinthians, há uma foto com jogadores, dirigentes e funcionários da delegação no Japão. Procurei o técnico Tite e não achei! Surpreso, fiz uma busca mais atenta e finalmente reconheci uma pequena parte do rosto e dos cabelos brancos do técnico, lá na última fileira da foto, atrás dos demais integrantes.

Não pude evitar algumas perguntas: por que o Tite colocou-se naquela posição? Como técnico da equipe vencedora, não deveria ocupar um lugar de maior destaque? Quem ocupou as posições mais visíveis da foto?

Começando pela última pergunta: os jogadores estão no primeiro plano. Os dirigentes e funcionários preenchem os espaços ao lado e atrás dos atletas. Uma ordem correspondente à missão de cada um na conquista: quem esteve no campo durante todas as partidas (não só as duas últimas no Japão...) merece mesmo essa relevância – foram muitas horas de tensão, jogos difíceis, treinamentos exaustivos, dores musculares e contusões, viagens cansativas, ausências prolongadas de suas famílias e amigos, concentrações intermináveis... Entretanto, o que os jogadores poderiam alcançar sem as diretrizes, orientações e decisões do técnico?

Definir uma meta precisa e objetiva foi, a meu ver, a primeira façanha do Tite. Mas isso não seria suficiente. Foi necessário acrescentar uma segunda proeza de gestão: elaborar e seguir cuidadosamente um plano de metas intermediárias, acompanhando atentamente a evolução do grupo e de cada atleta em particular. Liderar, organizar e integrar o grupo foi crucial.

Ainda assim, a conquista do título de campeão poderia não ser alcançada, se um terceiro e importante fato deixasse de ocorrer: durante cada jogo, o técnico teve que tomar decisões, promover mudanças táticas, substituir jogadores... Isso tudo no calor das disputas, no exato momento dos acontecimentos, sob a intensa gritaria (e vigilância...) do “bando de loucos” da torcida.

(Por exemplo: nesse jogo final contra o Chelsea, os comentaristas esportivos explicam: “Tite desatou o nó armado contra ele logo no começo do jogo... Tite, já aos 10 min, conseguiu reorientar seus jogadores...”)

Em síntese: Tite é mesmo um gestor. E dos bons, pois conseguiu aliar as principais qualidades de um gestor competente: ter metas precisas, conceber/cumprir planos estratégicos, monitorar/avaliar continuamente a execução dos planos e liderar/motivar o grupo como um todo e cada participante em particular. Tudo isso sem querer ocupar sozinho as posições de destaque nas fotos e em outras circunstâncias da vida.

Comentário adicional: neste caso, é preciso mencionar duas variáveis que estavam fora de controle do técnico. Primeira: o peso e a força da torcida. Segunda: a decisão do presidente do clube de manter o Tite no cargo quando o time foi desclassificado na taça "Libertadores" por uma inexpressiva equipe. Essa menção vem a propósito de lembrar: o sucesso também depende de algumas variáveis que o gestor não controla.

E agora, comentário final: quando terminei de escrever o texto, me perguntei: eu teria essas ideias se o time fosse VICE-campeão? Refleti e conclui: provavelmente, escreveria tudo isso do mesmo jeito. Porque vice também é um título, segundo lugar também é uma conquista...

Ou será que essa conclusão não passaria de desculpa de perdedor?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Câmeras nas escolas resolvem? Ilusão...

Os pais já têm inúmeras razões para inquietar-se diante da situação de muitas escolas, públicas ou particulares. E ainda precisam enfrentar notícias de maus tratos que uma diretora aplicava a crianças de um ano! Verdadeiramente trágico.

Bem agiu a secretaria de educação: imediatamente cancelou o funcionamento da escola, sem desnecessários procedimentos legais perante tais monstruosidades.

A televisão mostrou, em seguida, o depoimento de outra diretora: colocou câmeras em todas as dependências, disponíveis para acesso via internet a qualquer hora. Passou subliminarmente a ideia de que comportamentos condenáveis são impossibilitados devido a essa vigilância.

Fui diretor e coordenador de escolas durante quarenta anos. Minha experiência permite afirmar: a instalação de câmeras transmite uma falsa tranqüilidade. Não nego que podem aliviar as preocupações e, eventualmente, denunciar agressões, violências, abusos. No entanto, não resolvem o problema. No máximo, amenizam. E criam outros.

O fato me lembrou uma passagem do livro 1984 de George Orwell. Winston, o herói do romance, vive preso à vigilância do Grande Irmão, o líder do partido único que domina toda a sociedade. Todos os habitantes são também controlados. Insatisfeito, Winston escreve um diário – atitude passível de pena de morte – em um canto “cego” de seu apartamento, local que descobriu não ser controlado por nenhuma câmera.

A lembrança reforçou minha convicção: é a permanente participação das famílias na organização escolar que efetivamente pode oferecer alto grau de tranqüilidade quanto à segurança e quanto aos muitos outros aspectos da estrutura e funcionamento das escolas (projeto pedagógico, uso de materiais didáticos e de recursos informatizados, procedimentos de avaliação, para citar apenas alguns).

Sabemos que é impossível uma tranqüilidade absoluta. Mas a participação dos pais na vida da instituição escolar permite conhecer pessoas e projetos e acompanhar o desenvolvimento das atividades educacionais. E verificar rapidamente a existência de falhas.

Porém, há duas condições necessárias, segundo penso:
a) A participação constante dos pais, pactuada com a direção e os professores da escola. Um acordo acertado entre os adultos que têm a RESPONSABILIDADE CONJUNTA de provocar, estimular e acompanhar o desenvolvimento escolar de cada criança e jovem. Sozinhos e separados, escola e pais podem alcançar muito menos sucesso nessa importante missão.

b) Uma participação coletiva dos pais de forma a evitar que posições e interesses individualistas prejudiquem o movimento de relação escola-pais. As questões mais amplas e gerais precisam predominar, o que poderia ser dificultado se prevalecessem as demandas exclusivas desta ou daquela pessoa ou grupo.

Sei perfeitamente que essa participação é bastante dificultada pela vida corrida que pais e mães são obrigados a enfrentar para prover o sustento de suas famílias. E, portanto, o quanto é complicado conseguir tempo e disposição para tomar parte das atividades escolares. Contudo, um esforço nesse sentido é irrecusável por uma razão muito evidente: eles, nossos filhos e alunos, merecem.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

E os royalties vão para... para...?

Quem vai ganhar o braço de ferro entre a presidente Dilma, o ministro Mercadante e milhares de brasileiros que querem os royalties integralmente reservados para a educação e os poucos deputados e senadores que estão forçando outros destinos para esses recursos?

Há forte pressão para que a votação da matéria seja nesta ou, no máximo, na próxima semana. De minha parte, encaminhei para a deputada Luiza Erundina e para o senador Eduardo Suplicy, nos quais votei, a seguinte mensagem:

Sou seu eleitor desde quando você se candidatou pela primeira vez e tenho mantido minha posição ao longo do tempo. Acompanho sua atuação parlamentar e considero que meu voto fica muito honrado.
Como educador, desejo manifestar meu integral apoio à destinação dos royalties do petróleo integralmente para educação. E tenho muita esperança de que essa seja também sua posição e do seu partido. As gerações futuras de brasileiros vão se lembrar disso com certeza. E seu curriculum sairá engrandecido.
Meu abraço com muita admiração.


Se você deseja enviar mensagem para seu deputado ou senador, pode encontrar seus endereços nos sites:
WWW2.camara.gov.br/deputados www.senado.gov.br/senadores

Cada manifestação é muito importante. Vamos aumentar esse movimento?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

E a presidente vetou... e quer...

Reproduzo a seguir alguns trechos de noticiário que acessei hoje, dia 05/12, no site WWW.folha.uol.com.br

“Enquanto governadores e prefeitos pleiteiam o uso dos royalties das novas áreas de petróleo em projetos de "conhecimento", a presidente Dilma Rousseff insiste que os recursos sejam usados em educação básica.

Na manhã desta quarta-feira (5), Dilma afirmou que destinou as receitas do petróleo para serem usados em creches, alfabetização em idade certa e educação em tempo integral. Ela disse que as crianças devem estudar no segundo turno não apenas artes e esportes como também matemática, português, ciências e línguas.

"Não tem tecnologia, ciência, inovação sem educação de qualidade nesse país", disse Dilma a uma plateia de empresários, durante Encontro Nacional da Indústria, em Brasília.

No discurso, Dilma afirmou que "nenhum país chegou a ser competitivo e desenvolvido sem estar ancorado na educação". "Nada que gastarmos em educação é gasto, tudo é investimento para o presente e poupança do futuro", disse a presidente.”



Presidente, estamos plenamente de acordo. Resta ver se os deputados e senadores de sua base parlamentar vão corresponder aos seus e aos nossos desejos!
Ou... Sabe-se lá a que ou a quem atenderão!

E a presidente vetou... mas...

Os jornais de hoje, dia 05/12, trazem a informação de que há governadores propondo que os royalties provenientes da exploração do petróleo não sejam investidos exclusivamente na educação básica. Querem incluir: despesas com capacitação profissional e com políticas de incentivo à pesquisa.

Nem bem conseguimos um pequeno avanço - envio de uma medida provisória com a destinação desses recursos para a educação básica - já surge essa tentativa de desvio. Aos que estão fazendo a sugestão, eu pergunto: vocês não acham que a educação básica merece o tratamento de “prioridade zero” nas políticas públicas?

E não se diga que estou menosprezando as ações de capacitação profissional ou de pesquisa. Considero que são aspectos importantíssimos nas ações governamentais das três esferas da administração pública. No entanto, os recursos para eles devem ser provenientes de outras receitas.

A destinação dos royalties precisa ser garantida para a educação básica. É nesse segmento do sistema educacional brasileiro que temos os maiores problemas e as melhores esperanças. Que o digam os muitos países cujos governantes souberam promover a melhoria de qualidade educacional para suas crianças e jovens com inegáveis benefícios para a sociedade toda!

Renovo meu apelo do texto anterior: vamos avisar os deputados e senadores que elegemos sobre nossa posição.

domingo, 2 de dezembro de 2012

E a presidente vetou...

A presidente Dilma tomou as decisões esperadas: manteve a distribuição dos royalties da exploração do petróleo que já estavam definidas anteriormente (para alegria de governadores e prefeitos do Rio de Janeiro e Espírito Santo), aprovou as novas regras para essa distribuição em situações futuras (apoiando os demais governadores e prefeitos do país) e insistiu na destinação desses recursos integralmente para a área de educação – atendendo a expectativa de muitos brasileiros preocupados com a situação do sistema educacional brasileiro.

Em 16 de novembro passado, eu encerrava um texto publicado neste blog com a seguinte frase: Agora, vamos aguardar a decisão da presidente Dilma. Com a expectativa de que consiga atender as demandas dos estados e municípios produtores e não-produtores sem deixar de lado o necessário aumento de recursos para a educação. O que será decidido?

Agora, sabemos o que aconteceu. Mas, a questão do destino desses recursos ainda não está concluida, pois o encaminhamento da presidente depende de aprovação do Congresso Nacional. Ou seja, precisamos continuar batalhando para que nossa posição seja majoritária também entre os deputados e senadores. É hora de enviar para quem elegemos muitas mensagens expressando nosso desejo e de acompanhar atentamente como cada deputado e senador vai votar nessa questão.