segunda-feira, 15 de abril de 2013

Estratégias em gestão: o poder das crianças.

Ontem, dia 14/04, a Folha de São Paulo (p. C11) trouxe uma interessante notícia sobre a força que as crianças podem exercer em suas famílias quando adequadamente orientadas. Para ser fiel, transcrevo alguns trechos da matéria:

“... 197 crianças que participaram de um projeto educacional inédito que avaliou o poder de persuasão dos alunos na mudança de hábitos dos pais e na adoção de um estilo de vida saudável.
O estudo foi feito em uma escola privada de Jundiaí (SP) e publicado na revista científica “European Journal of Preventive Cardiology”. O projeto envolveu alunos com idades entre 6 e 10 anos e seus pais. Eles foram divididos em dois grupos, com duas abordagens diferentes. Pais de estudantes da manhã (grupo controle) receberam folhetos educativos com orientações sobre alimentação saudável. (...) Seus filhos não receberam informações.
Os pais dos alunos da tarde também receberam os folhetos, mas os filhos assistiram palestras sobre prevenção cardiovascular. Nutricionistas ensinaram como seguir uma alimentação saudável e fisioterapeutas explicaram a importância dos exercícios. Em momento algum foi dito às crianças para cobrarem dos pais essas atitudes saudáveis (...).
Ao final de um ano, 91% dos pais do grupo de intervenção (alunos da tarde) deixaram o estágio de alto risco com relação às doenças cardiovasculares. Já a diminuição entre os pais do grupo controle foi de 13%.”


A diferença nos resultados representa mais um alto estímulo para acreditar no impacto que a educação pode ter para provocar mudanças de comportamentos e de conhecimentos. A idade das crianças – 6 a 10 anos – reforça ainda mais essa importância. Muito provavelmente, elas se transformarão em jovens e adultos capazes de liderar outros processos de transformação social. Essa, pelo menos, é minha aposta!

E os instrumentos usados na pesquisa foram somente folhetos e palestras! Minhas experiências de gestão escolar me fazem acreditar que os resultados teriam muita probabilidade de serem ainda mais significativos se fossem utilizados projetos didáticos para o mesmo fim. De preferência, projetos interdisciplinares. Estou convicto: a importância do papel do professor é fundamental para alcançar ganhos expressivos na formação cidadã e ética de nossos alunos.

E ainda mais: se os pais fossem convidados e aceitassem participar desse trabalho coletivo, os efeitos tenderiam a ser muito mais duradouros. A reportagem informa que a mesma pesquisa está sendo realizada em escolas públicas de Campo Limpo Paulista (SP) com a proposta de “...ver, a longo prazo, se o efeito das mudanças será duradouro.”

Em quantos outros aspectos da sociedade poderiam ser produzidas mudanças se iniciativas como essa fossem expandidas! Sem dúvida, eis ai uma estratégia de gestão escolar promissora e instigante.

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