quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Escolas unitárias... aprendizagens para gestão escolar participativa - 1

1. Por que a gestão escolar participativa precisa ser uma prioridade educacional no Brasil?
Os inúmeros estudos e pesquisas sobre a realidade educacional brasileira apontam algumas prioridades para superar os altos índices de exclusão, uma das marcas sociais mais indesejadas em nosso país.
Há significativo consenso em considerar a permanência dos alunos nas escolas de educação básica como a primeira prioridade, desde que associada à melhoria da qualidade do ensino. Os quinze anos de LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e do FUNDEF – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – possibilitaram a expansão quantitativa do ensino fundamental.
Essa política expansionista, implementada durante os dois mandatos do presidente Fernando Henrique Cardoso, produziu resultados. Os números do IBGE indicam que o país atingiu patamar de países desenvolvidos, no quesito “ingresso” no ensino fundamental: 96%, como média nacional. É bem verdade que falta ainda estender essa porcentagem para todo o território nacional e nela incluir a expansão da educação infantil e do ensino médio, de sorte que esta porcentagem venha a se referir futuramente a toda educação básica.
No entanto, outra deficiência ainda não corrigida é a crônica evasão escolar, mesmo no ensino fundamental. As medidas dos períodos FHC e Lula não lograram êxito nos aspectos “permanência” e “qualidade de ensino”.
Quanto à segunda prioridade, também existe forte concordância: a democratização da gestão escolar, conforme apontam muitos pensadores, nos últimos anos. A relevância social dessa questão pode ser comprovada por muitos elementos. Vamos considerar dois, a título de exemplo.
O primeiro é um fato cada vez mais constante nos noticiários: cidadãos usuários das escolas públicas e particulares exigem que diretores, coordenadores, supervisores e professores levem em conta as necessidades e interesses da comunidade escolar próxima. O fato de que são ainda poucos os pais e alunos que assumem esse protagonismo em nada diminui a importância dessa prioridade.
O outro elemento é a insistência de muitos pedagogos, economistas, administradores e outros cientistas em sustentar a necessidade, a conveniência e até a urgência em provocar movimentos de participação de todos os atores na gestão escolar.
Os movimentos de participação e os procedimentos compartilhados dependem das relações entre as pessoas que compõem a comunidade escolar. Sujeitos humanos formulam projetos pedagógicos, definem objetivos, estabelecem caminhos e escolhem recursos para atingi-los, avaliam resultados e processos. O mais importante, no entanto, é que essas atividades humanas são realizadas em constante interação entre os sujeitos.
Isoladamente, cada pessoa tem algumas possibilidades de interferir efetivamente nos processos de gestão, pois ninguém fica impedido de exercer algum grau de influência pela simples condição de atuar sozinho. Os recursos de poder que cada sujeito domina são fator preponderante neste aspecto.
No entanto, as experiências mostram que a força de cada pessoa pode ser significativamente ampliada quando a interação é privilegiada.

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