quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Presença na educação infantil: o presente.

Na publicação anterior (dia 07/02), prometi ampliar minhas ideias sobre o presente que as crianças ganharam com a obrigatoriedade de presença mínima de 60% das aulas nas classes de Educação Infantil. Passo a cumprir o prometido.

Na tradição da educação brasileira, a Educação Infantil tem sido considerada uma etapa menos importante da educação básica. Seja pelas políticas públicas, seja por muitas famílias. A criança das classes sócio-econômicas mais privilegiadas é matriculada, mas a freqüência diária pode ser interrompida por motivos nem sempre relevantes. Nas demais classes sociais, os pais dependem da existência e do funcionamento das instituições públicas. E sabemos que estas nem sempre atendem às necessidades dos pais e das crianças.

Consequência: meninos e meninas em uma etapa importantíssima de seu desenvolvimento ficam privados ou têm reduzidas suas oportunidades de aprendizagem e crescimento. Os estudos e pesquisas disponíveis apontam esta situação como uma das causas das deficiências de escolarização nas etapas seguintes. E, pior: das inúmeras dificuldades enfrentadas por uma significativa parcela de pessoas na profissionalização, no exercício da cidadania, no usufruto dos bens culturais e em tantas outras facetas da vida moderna.

Dos três aos cinco anos, nossas crianças deveriam ser expostas a um currículo destinado a motivar aprendizagens dos conhecimentos, procedimentos e valores compatíveis com seu estágio de desenvolvimento. Cabe aos especialistas em Educação Infantil o detalhamento desse imenso conjunto de aprendizagens. Mas, mesmo não sendo um desses especialistas, posso afirmar que a obrigatoriedade da presença mínima será um (dentre muitos outros...) fator importante para desenvolver tal currículo.

E mais: a rotina diária e a constante relação com adultos e crianças que não pertencem ao núcleo familiar possibilitam a cada educando a ampliação de seu universo e sua inserção progressiva na vida social. Isso, claro, desde que o tempo disponível seja aproveitado com atividades educacionais apropriadas.

Enfim: se presente ou não, a obrigatoriedade de presença mínima vai depender do que nós, adultos – pais, educadores escolares, dirigentes de órgãos públicos – conseguirmos oferecer para nossas crianças nos próximos anos.

Por falar em pais: estão previstas punições para os pais ou responsáveis que não respeitarem a determinação de presença mínima de seus filhos. No próximo texto, vou abordar esse aspecto: os pais precisam de punições?

Nenhum comentário:

Postar um comentário