sábado, 24 de novembro de 2012

“Cadê” a redação que “tava” aqui?

A nota de redação sumiu, na classificação das escolas divulgada pelo MEC no dia 22. Os resultados do ENEM 2011 consideraram apenas as notas das provas objetivas.

O presidente do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – explicou que a mudança na metodologia teve o objetivo de obter dados mais justos: "As provas objetivas das quatro áreas – Linguagens e Códigos, Ciências Humanas, Ciências da Natureza, e Matemática – são corrigidas pela Teoria da Resposta ao Item (TRI), enquanto a redação tem outro tipo de correção".

Não entendi: “dados mais justos”? Será que posso deduzir que uma redação não pode ter resultados “justos”? Aliás, o que seriam mesmo “dados justos” quando se trata de avaliação de aprendizagem?

A redação é um instrumento que pode complementar fortemente as outras provas, possibilitando compreensão mais integral sobre os participantes. Aliás, os temas escolhidos pelo INEP nos dois últimos exames – 2011 - "Viver em rede no século XXI: os limites entre o público e o privado" e 2012: “Movimento imigratório para o Brasil no século 21” – são exemplos excepcionais de como podem ser avaliados diferentes enfoques e níveis de aprendizagem dos alunos.

A decisão parece-me extravagante e a justificativa, inaceitável. Tenho muitas perguntas, mas destaco as seguintes:

1. Como construir uma série histórica de resultados se, em cada evento, as “regras do jogo” são mudadas? (Além da modificação comentada neste texto, há outras relatadas na minha publicação de ontem, dia 23/11).

2. Como estão se sentindo neste momento os alunos e os professores que se empenharam em preparar redações com qualidade pedagógica, literária e social – exigências sempre anunciadas nos exames anteriores?

3. E os professores, coordenadores e diretores das escolas de ensino médio, que orientações poderão oferecer sobre a elaboração de redações para os alunos do 3º ano, em 2013?

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