terça-feira, 25 de outubro de 2011

Escolas unitárias: por ques e porques

Quando separadas (por que), essas palavras anunciam uma pergunta, uma interrogação, uma pesquisa, um movimento de investigação. Logo, há alguém à busca de respostas, pois ainda não foi encontrada a saida para algum problema.
Quando juntas (porque) indicam uma resposta, uma convicção, uma afirmação, uma direção para decidir e agir. Portanto, alguém pronto para por em prática um caminho encontrado.
Quantas vezes eu, enquando dirigente escolar, dei pouca atenção à importância dos por ques! Diante de um problema (por exemplo: um professor trazia para a minha sala um aluno que cometera algum ato de indisciplina), eu me limitava a pensar em uma só causa (por exemplo: o desempenho daquele professor era deficiente no quesito “controle disciplinar”) e tomava uma decisão (por exemplo: aplicar uma rápida advertência oral e mandar imediatamente o aluno de volta para a sala de aula) que o tempo se encarregava de mostrar inadequada, para falar o mínimo! (por exemplo: o aluno em questão tinha grande dificuldade em respeitar limites, pois seus pais – um casal com idade mais avançada – superprotegiam seu filho único).
O tempo e meu crescimento profissional foram me ensinando algo muito precioso: para chegar aos porques, é fundamental pesquisar intensamente os por ques.
As decisões e ações de gestão ganham maior probabilidade de adequação quando são resultados desse empenho em conhecer o mais profundamente possível a situação na qual está inserido um problema. Claro que não estou falando em GARANTIAS! Anunciei maior probabilidade... Mas, penso que isso é essencial: o diretor, o coordenador, o orientador ampliarem suas condições de decidir e agir adequadamente em relação à realidade da sua escola e dos seus participantes. Afinal, antes de gestores, somos educadores!
O Planejamento Estratégico Situacional – PES – pode ajudar muito nessa tarefa. Seu autor – Carlos Matus – propõe três categorias de causas para problemas de gestão:
© Causas de fluxos
São as decisões, ações, procedimentos, atitudes que, rotineiramente, acontecem no dia-a-dia da escola e podem ter forte influência na existência de problemas a serem enfrentados por um gestor escolar.
© Causas de acumulação
São as capacidades ou incapacidades de tomar decisões e de agir, presentes na cultura organizacional da escola e podem compor uma vasta gama de causas para os problemas de gestão.
© Causas de regras
Como o próprio título sugere, são as normas, os regulamentos, as determinações legais, o regimento escolar e muitas vezes podem provocar dificeis problemas para quem tem a responsabilidade de dirigir, coordenar ou orientar.
O estudo dessas categorias de causas pode ser aprofundado nas obras do autor, especialmente: Adeus, Senhor Presidente (São Paulo, Ed. FUNDAP, 1996). Ou no livro de Franco Huertas – Entrevista com Carlos Matus: o método PES (São Paulo: FUNDAP, 1996.)
Neste blog, voltarei a esse assunto, em breve.

Nenhum comentário:

Postar um comentário