sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Ensino médio: ainda há esperanças?

As notícias sobre mudanças no ensino médio continuam aparecendo na imprensa. Algumas nos permitem ter esperanças. Outras... nem tanto!

Uma esperança significativa: o ministro da educação vai discutir mudanças com os secretários de educação dos estados. A reportagem da Agência Brasil (22/08/2012) anuncia um “pacto nacional” com os governos estaduais para melhorar a qualidade do ensino médio. Uma esperança e tanto: são as autoridades educacionais dos estados que administram e fiscalizam a maior parte das escolas públicas e particulares, encarregadas de oferecer esse nível de ensino.

O ministro adianta que o foco será a reforma curricular, mas ressalta: “isso não quer dizer menos disciplinas ou menos professores, mas que elas (as disciplinas) estão integradas em um processo de aprendizagem único”. Aqui a esperança fica um pouco menos tangível. O que será que essas palavras significam, na realidade concreta das escolas?

Um certo alento, para mim, é a menção de que outras ações serão incluídas no “pacto nacional”, a saber: “aumento da jornada escolar e do número de professores com dedicação exclusiva a uma única escola”. É um alento porque são duas medidas de fundamental importância para qualquer pretensão de melhoria da qualidade educacional. Alunos e professores com ampliação do tempo destinado ao ensino-aprendizagem (estaria o ministro falando de EDUCAÇÃO INTEGRAL?) e professores dedicados a uma escola e sua comunidade com maior presença e, possivelmente, mais envolvimento.

Mas, precisamos ser realistas: é só um “certo” alento porque essas propostas exigem investimentos extraordinários e, sobre isso, a reportagem que li não faz qualquer referência. E, sem recursos... as propostas não acontecem.

Outra notícia: o presidente do INEP está anunciando um ENEM no 1º ano do ensino médio. A notícia (Estado de São Paulo, 22/08/2012) diz que seria no final do 1º ano. Aqui não há esperança... infelizmente!

Se o objetivo é conhecer as condições de entrada dos nossos jovens no ensino médio e depois comparar com a saída, o chamado “ENEM light” deveria acontecer no início do 1º ano. E assim, as escolas poderiam elaborar projetos pedagógicos para os três anos desse nível.

Entretanto, se já temos a Prova Brasil no 9º ano, por que gastar mais dinheiro, esforço e energia nessa ação? Não será melhor ampliar e aperfeiçoar a prova existente?

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