terça-feira, 5 de março de 2013

Estratégias em gestão: um exemplo.

A revista Veja de domingo passado (03/03) relata a situação da rede municipal de Novo Horizonte, pequena cidade do interior paulista. A notícia informa que há “... ao menos 70% dos estudantes da rede com aprendizado adequado à série que frequentam”, considerando os resultados da Prova Brasil de 2012.

Certamente, um grande feito. São cinco escolas de ensino fundamental, além de creches e escolas de educação infantil. E as medidas adotadas incluem “... um currículo unificado, avaliação freqüente de alunos, cooperação para formação dos professores – e também avaliação dos docentes – incentivo à participação dos pais na vida escolar e combate a fraquezas identificadas na rede”. Outro fator destacado na reportagem é a permanência do secretário municipal de educação – há 12 anos no cargo, situação incomum no Brasil, pois geralmente são trocados todos os gestores públicos a cada quatro anos!

Por fim, mas não menos relevante, a reportagem aborda a importância de colocar as redes de ensino fundamental sob a administração municipal. “Atualmente, cerca de 70% das séries iniciais (1º a 5º ano) está sob o domínio das cidades – onde se concentram os resultados menos desastrosos da educação brasileira. Nos anos finais (6º a 9º ano), há uma divisão praticamente igualitária entre estados e municípios”.

Concordo com os autores da matéria: é mesmo um excelente exemplo de estratégia de gestão na área educacional. E pouco importa que a quantidade de escolas seja pequena, supostamente facilitando a ação dos gestores municipais de Novo Horizonte. Muito mais relevantes são as medidas colocadas em prática – a lista indicada no segundo parágrafo, acima, revela coerência entre intenções e ações. Uma educação para todos e com qualidade (intenções) vale muito pouco se as atitudes correspondentes não são tomadas. Essa coerência é, seguramente, uma marca fundamental para uma gestão eficiente e eficaz.

Mas, sabemos que mudanças no campo educacional exigem tempo, produzem resultados após insistentes e continuadas políticas postas em movimento. Nesse sentido, a permanência do gestor em um cargo pode ajudar. Entretanto, essa solução não pode ser assumida como uma regra rígida. Mais importante do que um nome é a manutenção de uma política educacional coerente.

Coerente e, mais: com participação dos demais interessados na educação de crianças e jovens. Na experiência de Novo Horizonte, a notícia revela que há incentivos para a participação dos pais na vida escolar de seus filhos. Suponho que também haja motivação para o envolvimento dos professores e gestores das escolas municipais. Dessa forma, o esforço e o trabalho coletivo podem sustentar e qualificar ainda mais a política municipal de educação.

Se essa experiência pode ou não ser expandida para outros municípios, somente os respectivos dirigentes poderão responder. No entanto, que o exemplo oferece muitos elementos para refletir, analisar, ponderar, isso é mesmo inegável!

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