sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Escolas unitárias... ampliando ideias

Os jornais dos últimos dias informam que uma grande organização de educação superior acaba de comprar uma outra, passando a ter cerca de 400 mil alunos, 15 mil colaboradores e 80 campi em diferentes estados do Brasil. Espera chegar a 1 milhão de alunos em 2015.
Uma mega instituição como essa é o extremo oposto à ideia de uma escola unitária. Como indiquei em meu texto anterior (Escola unitária – 00/00), uma escola unitária tem um projeto pedagógico resultante da intersecção entre os fundamentos educacionais propostos por seus educadores e as necessidades da comunidade social na qual está inserida, sendo uma organização local que não perde de vista o cenário global.
Intersecção que, inevitavelmente, provoca ruídos, dificuldades, conflitos, desajustes tanto na unidade escolar como na comunidade. Digo inevitavelmente porque não há qualquer possibilidade de tranqüilidade permanente nessa relação.
Do lado da escola, são diversas as oportunidades de embate entre seus princípios educacionais e os de muitos cidadãos que nela ingressam como alunos ou profissionais ou dela participam como pais ou como residentes nas proximidades ou ainda como integrantes da sociedade em geral.
Do lado da comunidade, por sua vez, são igualmente múltiplas as possibilidades de conflito entre suas demandas e necessidade e os resultados efetivamente alcançados pelas instituições escolares. Quantas vezes acompanhamos demonstrações dessas contradições nos noticiários!
Uma escola unitária, quando está diante da falta de consenso com seus participantes ou parte deles, amplia e fortalece o diálogo com todos, de forma a construir alguma forma de entendimento e sintonia. Começa, penso eu, revendo seu projeto pedagógico. Como bússola dos movimentos da unidade escolar, sabemos que ele tem “data de validade”, precisa ser constantemente revisto para não se tornar obsoleto. Em um mundo de transformações contínuas, essa é a primeira providência a ser enfrentada.
Mas, não só. Muitas vezes, temos que contribuir para o aprimoramento das pessoas participantes da escola. Professores, funcionários, pais de alunos, moradores das redondezas são convidados a rever suas ideias educacionais, seus princípios e fundamentos, suas condutas e comportamentos. Nesse caso, a escola amplia sua função social para melhor cumprir sua missão educacional junto a seus alunos.
Tarefas fáceis? Não. Tarefas com resultados de curto prazo? Também não. Tarefas para um ou outro abnegado? Ainda mais uma vez, não. O sucesso dessa relação escola unitária – comunidade depende do trabalho coletivo dos envolvidos nesse movimento. De dentro e de fora da escola. Com diferentes contribuições. Mas com uma só convicção: nossas crianças e jovens merecem!

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